terça-feira, 27 de abril de 2010

Neymar: "Deus me deu tudo: dom, sucesso... "



Quando nasceu, Neymar ficou sem nome por quase uma semana. Indecisos, seus pais, Nadine e Neymar Santos, pensaram em "Mateus". "Mas minha mãe sugeriu botar Neymar para ver se um dia esse nome vingaria", conta o pai do garoto.
Neymar pai jogou futebol em clubes pequenos, o que lhe rendeu o patrimônio de um terreno. Neymar filho, aos 17 anos, já comprou uma cobertura tríplex em Santos - com piscina, sauna e espaço gourmet dentro do apartamento. Uma jacuzzi com TV de plasma ocupa o banheiro de seu quarto. Lá, a nova e grande estrela do Santos vive há cinco meses com pai, mãe, irmã e um primo - que tenta a vida como jogador.
Neymar tem uma marcante passagem na infância que envolve molecagem, inveja e bolachas. Certa vez, ele e um grupo de amigos do clube foram a uma padaria e roubaram um pacote de biscoitos. Ao perceber, o então treinador Betinho fez o grupo voltar, pagar e pedir desculpas. O deslize rendeu. Um dos pais dos meninos envolvidos foi até o presidente do clube e disse: "Esse Neymar, que vocês ficam pajeando, é um ladrão". A história caiu como uma bomba nos ouvidos de Neymar pai, que só soube da história quando voltou à noite do CET, onde trabalhava como mecânico. "Todos estavam envolvidos, mas foram reclamar só do Juninho por pura inveja. Ele era o único a ganhar duas cestas-básicas em vez de uma."
Por falar em inveja, Neymar pai conta que desde pequeno o filho jogava com "fitinha de Jesus" na cabeça. "Minha mulher fazia questão, que era para protegê-lo. Mas chegaram até a chamá-lo de "mascarado". Quando foi para o Santos, teve que abandonar essa proteção."
Com ou sem faixa, Neymar, segundo seu pai, sempre foi e continua sendo um fiel contribuinte da Igreja Batista Peniel, de Sãio Vicente. Doa 10% de tudo o que ganha para lá. "O primeiro salarinho dele foi R$ 450. Fizemos esse primeiro contratinho dele no Santos e minha mulher pegava os R$ 45 e dava para igreja todo mês. OK, ainda sobravam uns R$ 400 para pagar as contas. Daí ele passou a ganhar R$ 800. Tá bom, doa R$ 80... Só que Deus começa a te provar, né? Pegamos R$ 400 mil. Caramba, meu, como vamos "dizimar" R$ 40 mil? É um carro! Cara, mas daí você pensa que Deus foi fiel. Pum, dá R$ 40 mil! Mas daí vieram "catapatapum" reais. Meu Deus, não quero nem saber, "dizima" logo isso! (risos). É... Deus te prova no pouco e no muito", suspira o patriarca da família Silva Santos. E o que pensa disso o jogador? Como revela na conversa que se segue, o dinheiro não lhe faz a menor falta.
Dói abrir mão de R$ 40 mil?
Para Deus, nada dói. E acho legal. A gente conhece bem o pastor da Peniel. Faz dez anos que estou lá e agora estão ampliando a igreja. Acho que se a gente acreditar em Deus, as coisas vêm naturalmente. Deus me deu tudo: dom, sucesso...
Falando nisso, qual é a parte chata de fazer sucesso?
Ah, não tem parte chata. Eu acho que é sempre legal.
Já foi vítima de racismo?
Nunca. Nem dentro e nem fora de campo. Até porque eu não sou preto, né?
O que gostaria de poder comprar que ainda não tem?
Queria um carrão.
Mas você acabou de comprar um Volvo XC-60, por R$ 140 mil, Não é um carrão?
Ah, é, mas queria uma Ferrari. Nunca andei.
Uma Ferrari ou um Porsche?
Não sei. Qual é melhor?
Não sei, também.
Ah, então eu queria um Porsche amarelo e uma Ferrari vermelha na garagem.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Bela mensagem!



Por: Gustavo Pestana.


Certa vez um pequeno garoto perguntou em meio ao velório de seu tio ao seu pai:
- Pai por que meu tio foi pro céu?
- Porque chegou o momento dele! – Disse o pai.
- Momento? – Perguntou o menino de 7 anos.
- Isso! Tudo tem um tempo, e o tempo dele conosco chegou ao fim! – O pai falava em prantos com aquele pequeno garoto.
- Pai tenho uma pergunta bem difícil para o senhor!
– Qual?
- Pai, quanto tempo falta pro fim do dia?
- Isso é fácil, Algumas horas!
– E para fim do mês?
- Alguns dias!
– E para o fim do ano?
- Alguns meses!
– E para o fim da vida?
O Pai pára diante do menino e fica em silêncio alguns segundos e, convida-o a ir sentar-se em baixo de um árvore. E diz:
- Meu pequeno pupilo, a vida é um espetáculo lindo! Ela é algo perfeitamente extraordinário que Deus nos deu. Veja aqueles pássaros ali em cima como cantam com toda energia e como o vento sopra de forma tão agradável agora. A vida é um espetáculo a ser vivido a cada dia, pois cada dia Deus prepara uma novidade, um presente, uma surpresa. É verdade que alguns dias não são tão legais, mas eles passam e um novo dia sempre surgi. Filho perceba que o importante não é quanto se vive, mas como se vive, é a qualidade de vida que importa. Viver é uma proeza. Levantar todos os dias sem saber o que vai acontecer e lutar contra as adversidades que tentam sufocar a nossa respiração tentando evitar que vejamos a beleza que cada dia trás.
- Mas pai e o fim?
- Isso ninguém jamais sabe. Se as pessoas soubessem qual seria o ultimo dia de suas vidas elas amariam mais as pessoas, passariam mais tempo com as famílias e com as pessoas que elas gostam. Se elas soubessem deste dia, elas viveriam mais a cada dia de vida. Por não saberem que dia será o ultimo de suas vidas, elas gastam o tempo delas com tudo que não é essência e não vale a pena. Um exemplo são as brigas entre familiares, colegas e etc.
- Mas se eu não sei qual será esse dia o que devo fazer? – Pergunta o menino
- Você deve viver! Viver cada dia. Viver cada surpresa diária que Deus lhe proporcionará e buscar compreender as artimanhas da vida, buscar a sabedoria nas coisas simples e entregar-se ao criador de todas as coisas. Deleitar o seu coração na confiança que você tem um Pai celeste que cuida de você e que tem sempre um perfeito caminho pra sua vida.
- Gosto de suas palavras pai!
- Eu aprendi que devemos buscar palavras de vida eterna filho, pois ainda que vivamos muito bem o presente, ainda nos está guardado um presente maior, chamado céu. Um novo lar, uma moradia eterna. Começamos viver aqui, a ensaiar agora, pra praticarmos tudo isso no eterno.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Igreja ainda tem futuro?

Quando tomei o trem para me encontrar com o teólogo Hans Kung (em alemão com trema no u), na cidade de Tubingen, via Zurique e Horb, tinha digerido um volumoso livro com mais de 700 páginas. Em alguns dias, minhas anotações e orelhas lhe deram uma feição de livro batido e envelhecido.O título – Memórias, uma Verdade Contestada, uma foto de Hans Kung, ele sim um intelectual idoso de 82 anos, mas lúcido, vivo e de hábitos bem suíços, nascido que foi em Lucerna. Mal cheguei em sua casa, que é também sede do seu Instituto de ética planetária, já nos sentamos para a entrevista que gravei no meu digital mini-disk profissional, para evitar qualquer dúvida depois da publicação.A quase íntegra ocupa uma página no Expresso, deste sábado, jornalão semanário de Lisboa. O título – O grande problema é o celibato dos padres, com um sobretítulo – teólogo reformador diz que é urgente agir. Kung queria que falássemos só do conteúdo do livro, respondi que para isso não precisaria ter viajado mais de quatro horas. Aceitou, me deu um máximo de 45 minutos, que acabaram sendo mais de uma hora e disparei – a Igreja ainda tem um futuro ?Hans Kung é um teólogo contestador que se poderia também dizer provocador. Não foi proibido de falar, como aconteceu com o nosso Leonardo Boff, mas há vinte anos, a Cúria romana lhe tirou o direito de ensinar a teologia católica na Universidade de Tubingen. Naquela época não se falava em pedofilia, mas num dogma duro de se engolir, mesmo para um teólogo católico apostólico romano – o da infalibilidade papal. Kung escreveu um livro contestando, lembrando que, no primeiro milenário cristão, isso não existia, mas que o absolutismo da Igreja veio bem depois.Ao lhe aplicar a punição, a Igreja pensava ter aplicado uma pena inquisitorial capaz de silenciar o irreverente e reduzi-lo a um padre anônimo. Nada disso aconteceu. Kung recebeu o apoio dos estudantes, do governo alemão revoltado com a intromissão do Vaticano numa de suas universidades e até de teólogos protestantes, não só alemães mas de todo mundo. Deixou de ensinar teologia, mas a universidade criou a cadeira de ecumenismo e, enquanto o novo professor de teologia católica ficava com a classe às moscas, as aulas de Kung eram disputadas, ainda mais por já não terem um cunho confessional.Durante a entrevista, Kung lembrou-se dos brasileiros que encontrou durante o Segundo Concílio do Vaticano, convocado pelo Papa João XXIII, para uma grande reforma na Igreja; Paulo Evaristo Arns, Aloísio Lorscheider, Helder Câmara e Sérgio Mendes Arceu.Em pouco tempo, logo depois da morte de João XXIII e a eleição de Paulo VI, a Cúria Romana reassumiu o controle da situação e todas as reformas foram esquecidas, cometendo-se ainda outros absurdos como a encíclica contra os anticoncepcionais, justamente quando as mulheres descobriam a pílula. A chegada do polonês João Paulo II foi ainda mais contundente, acentuando o reacionarismo, fundamentalismo e o mediavelismo de uma Igreja, hoje rejeitada pelo jovens e cedendo rapidamente terreno aos evangélicos na América Latina.O livro de Hans Kung conta com pormenores a época em que Joseph Ratzinger, convidado por Kung, veio também lecionar em Tubingen. Ambos despontavam como jovens teólogos da Igreja, porém, pouco a pouco foram se distanciando ideologicamente a ponto de estarem, hoje em posições opostas.O Papa Bento XVI nada tem a ver com o jovem Ratzinger que também participou com Kung dos encontro do Vaticano II. A Igreja Católica de hoje vive num impasse e para sobreviver precisa rever alguns de seus dogmas e posições, como o celibato clerical, o absolutismo Papal e sua pretensa infalibilidade, o dogma da assunção de Maria, a questão dos anticoncepcionais, sua posição diante do ecumenismo e o próprio papel da mulher dentro da Igreja.Kung argumentou num artigo no jornal Le Monde que o celibato clerical criou problemas no clero católico e é uma das principais causas da pedofilia dentro da Igreja e das instituições dirigidas pela Igreja. Enfim, a Igreja – segundo ele – tem ainda seu futuro mas os bispos e os fiéis precisam agir, durante este Papado, ou na eleição do próximo Papa, a fim de se retornar aos princípios do Vaticano II.Resumindo, a hora é grave para a Igreja, que insiste em não querer ver o mundo no qual vivem seus fiéis. Muitos bispos não estão dispostos a continuar aceitando os escândalos, mesmo se o Vaticano substituiu todos os cardeais e bispos reformadores por reacionários não só no Brasil mas em todo mundo.

Rui Martins, no Direto da Redação.

Do blog: http://pavablog.blogspot.com/